sábado, 31 de janeiro de 2015

Fábio, o menino que não sabia afoviar


Fábio sabia que o sabiá sabia assoviar,
Sabia também, que o F era diferente de S e que S tinha som de Z
Mas de que importa tudo ifo se era engrafado?
Quando falava, Fábio fabia que falar o F com Fom de S (ler F)  poderia foar eftranho.

Um dia, Fábio decidiu participar de um campeonato de assovio.
Mas acabou perdendo, pois os meninos todos, sabiam o som que tinha o sabiá,
eram todos meio sábios.
Menos Fábio que não falava direito com os sábios.

- Afinal de contas, qual é seu nome menino estranho? - Perguntou um dos meninos competidores.
- É F-f-ábio.

E todos riram de Fábio,
menos o sabiá, que vendo a tristeza do menino tentando com ele se comunicar
se aproximou 
e num canto profundo,
conversou com o Fábio.

- Qual é o seu medo menino? - Perguntou o Sabiá.
- É o fom, todof of outrof meninof fabem o tom.
- Mas de todos os sons, você só conhece um?
- Fó, maf eu fei que of Fábiof conhefem muitof fonf.
- E porque você não é Sábio?
- Por que eu fou Fábio.
- Já ouvi dizer que muitos Fábios são Sábios.
- Fábios não podem ser Sábios. Afirmou, já meio irritado, o garoto.

-Tem certeza? - Insistiu o Sabiá.
- Tenho, SSSSSábios não são Fábios!
Fábios não podem ser SSSSSá….

- Sabia que o sabia sabia assobiar menino Sábio? - Perguntou o Sabiá.
- SSSSSSABIA!!!!
E num grande salto de alegria, o menino saiu cantando por todos os lados!

Assobiando e Assoviando, Seja com F ou S, o Som estava sempre lá, Sábio, no canto de Fábio.

Fim

Nossa diretora disse que somos todos doidos. Somos meninos maluquinhos.

Edgard Assumpção


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Relatos de Uma Semana Viajante



Não, o título não está errado.

Essa "primeira semana" de processo nos fez viajar por muitos lugares, momentos e sentidos. Teve riso, teve choro, teve saudade, teve discussão, mas acima de tudo somaram-se ideias e mais ideias para o nosso espetáculo.

Já começamos com algumas motivações que foram dadas anteriormente. Nossos 3 personagens (Um certo Tom, uma certa Tarsila e uma certa Cecília), um espaço (o quintal) e o tempo (Primavera, Verão, Outono, Inverno e Primavera). Dentro dessas possibilidades cada um dos atores deveria desenvolver um pré-roteiro para o espetáculos e trazer pequenas obras de inspiração (Tom traria a música, Tarsila imagens e Cecília poemas).

E tudo foi muito interessante, até que nossa Diredeusa Letícia nos lembrou o nome do espetáculo, e que, apesar de todas as músicas, imagens e poemas serem lindos, a obra deveria falar sobre Amigos e Infância. Continuamos com nossas inspirações, mas focando em encontrar aquela amizade de criança, mais pura e sincera, aqueles amigos que fazemos sem motivo aparente, aqueles amigos que são amigos e... não sabemos o porquê.

Foram tantas lembranças e brilhos nos olhos que caberiam facilmente em um livro. Brincar na rua, se sujar de lama pra depois tomar banho de mangueira, roubar o sorveteiro, rodar até ficar tonto, queimar uma casa, catar piolho, não saber falar a letra S. Mas existe uma coisa ainda mais importante que essas lembranças em si, é o brilho nos olhos que elas trazem quando as contamos. Um brilho necessário durante todo o processo, necessário na equipe técnica, nos atores e no público. Brilho esse que surge inevitavelmente quando somos criança e quando falamos de uma infância. Brilho esse que não pode ser fingido, deve ser vivido. Brilho esse que está dentro de todos nós.

Todos os espetáculos da Cia. do Abração são pensados para todas as idades, porém, alguns são processos gozosos, e outros dolorosos, e nos lembramos que este processo especificamente é um processo gozoso, e deve permanecer forte na nossa alma de criança.

Fechamos as ideias da semana querendo mais, terminamos todas as nossas reuniões querendo continuar, e que o nosso processo continue assim, com vontade de mais, motivados por essa mesma paixão que deve culminar num amor inexplicável.

Como diria uma tal Cecília:

"A vida só é possível
reinventada."

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Início de Processo. Tom.

Segundo o Wikipedia:

Em música, tom pode ter vários significados:

  • Um tom ou como é mencionado em livros antigos de teoria musical: tono (que é o termo original encontrado nas literaturas teórico-musicais espanholas e italianas), é um intervalo utilizado na escala diatônica que corresponde à diferença de altura entre duas teclas brancas do piano quando há uma tecla preta entre elas ou ainda entre duas teclas pretas.
  • Tom pode se referir à nota em relação à qual se constrói uma escala diatônica no sistema tonal clássico.
  • Tom também se refere à altura de um som na escala geral dos sons.

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“Ou isso ou aquilo!
Ou Isso
outono
Ou isso ou Tom:
Que tom que é isso?
Ou é isso que é tom?
Mas parece que está tão
sem tom de Sol
Falta algo de Lá
O Sol resolveu se esconder
e deixar o seu Tom de
Dó, aqui.
Tom de Dó Maior.

Não tem harmonia
Ou isso ou Adiante
ai essa minha mania.
de ser toda hora
dissonante.

O tom que falta não está
nesses acordes
O tom que me cabe é a nota
suave
Como o barulho do mar
que a cada dia que passa
aprende o significado de
amar

Em ondas que se quebram
aqui dentro
Num dia de muito Sol
eu vejo esse amigo
Amigo Tonto esse Sol…
Foi por aí ver o que tinha atrás do
Monte Gelado
E se foi como águas correntes

Quem sabe um dia
essas águas desemboquem no mar
E aí eu vou te ver de novo!
Brilhando como o Sol e o Mar
Sol me Falta
Mas Tom sobre tom
não fico,

Tom eu sou.”