terça-feira, 26 de maio de 2015

Sobre o ensaio de 26 de maio ou A Primavera de Cecília

Depois de um dia intenso, corrido e de graaaandes detalhes para adiantar nosso cenário, durante a noite o tempo parou.

Ahh como é bom não entender esse tempo e é melhor ainda não sentir o tempo passar!

Hoje eu descobri novas sensações, o canto do Sabiá se tornou real e eu vi e senti no palco flores de cores vibrantes e de odores raros.

É como se a Cecília se abrisse como um girassol dentro de mim, agora nós começamos a nos entender e brincar juntas, nos tornamos amigas e confidentes! Sei que vamos caminhar por muitos anos lado a lado e esse caminho nos trará novas primaveras renovando sensações, reações e relações.

Que venham muitos ensaios,
                        que venha a estreia,
                                     que venha muitos encontros com nossos amigos da plateia.



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Primavera em pleno inverno

Olha, depois de anos sofrendo com ataques de rinite, posso falar que nunca fiquei tão ansioso pela chegada da Primavera. A cada dia que passa chegamos mais perto da nossa estreia. E o nervoso toma conta, a gente acha que não vai dar tempo, que tudo vai dar errado, que vamos ficar nesse eterno inverno. Mas é nesses momentos que eu me lembro que o melhor a se fazer, é pensar, e pra mim tudo melhora quando penso na história. 

Saí do último ensaio, cheguei em casa, parei, e comecei a refletir sobre o espetáculo desde sua origem, das primeiras reuniões onde nós colocávamos questionamentos, músicas, poesia e imagens para compor mais um sonho. É engraçado como tudo que foi proposto inicialmente está em cena, como tudo se encaixou de uma maneira quase que mágica. Sempre que terminamos um ensaio, eu fico com uma sessão de euforia, como se estivesse sentindo um arrepio percorrer a minha coluna do cóccix até o atlas, me vem uma sensação de "recompensa". Escutamos muito que somos mal remunerados, em termos monetários, mas, pra mim, não existe valor material que possa exprimir isto que sinto.

 São nesses momentos que todo o cansaço, todo o estresse, se converte em beleza. Beleza essa que vai além do padrão estético tradicional, aquilo que você olha, e fica sem palavras, pois não existem palavras pra definir, uso "beleza" porque não consigo achar outra no meu vocabulário. É a Primavera.

É agora que as flores começam a desabrochar, o canto dos pássaros se harmoniza com o ambiente, e o vento transporta as palavras para o coração. Pois é, o meu quintal, que parecia tão looooonge, fica bem pertinho de mim nessas horas.

E cada vez mais, cresce a minha certeza: Vai ser sempre Primavera dentro do meu quintal.

domingo, 24 de maio de 2015

O enraizamento

Aqui vai um relato franco, aberto, sem muita poesia coisas bonitas pra deixar o registro do processo aquela coisa perfeita e bonita que já sabemos que é.

Percebi que meu ultimo registro aqui se deu há muito tempo atrás, muito antes de termos algum roteiro pronto, muito menos os traços definidos dos personagens.
Hoje, estamos ha exatos 18 dias da estreia de Histórias Brincantes de Muitos Amigos, o que sinto é uma grande força no peito, uma voz que me faz todos os dias acordar cedo pensando em Tom Jobim e dormir pensando em Tom Jobim, almoçar pensando em Tom Jobim, escovar os dentes, Tom, café, Tom, escrever, Tom.

É Tom pra cá, tom pra lá, mas e aí? Quem é Tom na nossa história?

Confesso que até alguns dias atrás, nem eu sabia direito, havia uma pequena definição objetiva e singela que damos àquelas pessoas que conhecemos pouco: -Fulano é legal, extrovertido, às vezes fica meio sem graça porque é meio tímido, mas é um sujeito bacana. 
Mas e toda a sensibilidade desses grandes artistas que estamos retratando em sua fase Criança no nosso espetáculo? Não eram meras crianças, olhavam pra um mosquito de forma diferente, viam as folhas das árvores caindo e já sentiam a arte tocar o peito com alguma inspiração. Enfim, nas coisas mais simples e singelas é que se encontra o prazer de viver para Cecília, Tarsila e Tom, os ícones brasileiros que fizeram a diferença na vida de muitas pessoas no mundo todo.

Demorei, mas encontrei, achei aquele caminho que me faria se sentir mais seguro. Olhei para o todo, o processo que passamos e identifiquei: Tá tudo ai! É só aproveitar, e curtir, defender a ideia e let'go baby.

Nesse momento, estou criando raízes com o Tom, o sujeitinho que escuta um passarinho e conversa com ele, que abre os braços pra abraçar o Jereba no céu, que harmoniza tudo e pensa em forma de música, sente as batidas do coração em cada nota na partitura, respira o ar boêmio da cidade e puro da natureza, sem jogar nada fora, sem deixar nada de lado, harmonia. 

Sei que ele tá me mandando mensagens de algum lugar e elas veem nas mãos de pessoas muito especiais, nos momentos certos, nos quais estamos aprendendo a construir uma obra muito linda.




sábado, 23 de maio de 2015

O ciclo das estações

PRIMAVERA

Nessa história o ciclo inicia na primavera, a estação onde tudo se renova, os pássaros cantam em novos tons e as flores brilham novas cores. Três personagens, então velhos, relembram a sua primeira primavera juntos, aquela que compartilharam o quintal da infância brincando e aprendendo  a ser amigos. As lembranças o fazem embarcar num carrossel que os levam ao quintal da infância onde todos podem voltar a ser criança.

O menino Tom é curioso pelos sons, principalmente pelo cantar do Sabiá, ele busca mergulhando em tons graves e agudos um tom certo para sentir. Tarsila encantada pelos movimentos do Sabiá no ar corre para tentar desenha-lo e acabam brincando juntos de desenhar no céu. Durante a brincadeira corre por todos os cantos do seu quintal que tem laranjeiras, nuvens coloridas e muitas formas entranhas que circulam pela loucura de sua mente. Já Cecília é uma menina curiosa e de olhos bem abertos para abraçar o mundo. Ela quer saber se o Sabiá é mesmo sábio. No seu quintal existem muitas palavras novas, velhas e inventadas. Essa menina combinadora de palavras é tão romântica que logo se encanta por esses dois personagens que aparecem no seu quintal, Tom e Tarsila, e propõe um convite a amizade.

VERÃO

No verão tudo começa a esquentar com brincadeiras de piquenique, mergulho no rio azul e uma parada para um delicioso picolé. Está na hora de viver o mundo do "C", lá Cecília inventa uma nova combinações de palavras e cria Carolina, Tata e Tom brincam pelas colinas e os colares de Carolina. Tom apaixonado pela musicalidade das palavras que Cecília combinou e Tata eufórica pelas imagens que montou embarcam num navio em rumo a Ilha CecÍLHA. 

Esta ilha é preenchida por sentimentos que colore cada grão de areia, os sonhos são protegidos pelas guardiãs borboletas e tesouros de muitas palavras são encontrados. Minha nossa quantos sentimentos em forma de tinta para colorir cada detalhe dessa ilha, é tanta tinta, tanta tinta, tanta tinta...

É claro que logo Tarsila invocou de ser um pincel e chamou Cecília e Tom para serem suas tintas. E dessa brincadeira nasceu uma bossa e uma linda bailarina.
São muitas tintas de tantos tons que dá para colorir o mundo. É quando Tom propõe de levar todas as brincadeiras desse quintal para outros amigos em outros quintais.  Quem não tem ferramenta de pensar inventa, os três amigos inventaram um trem de sons para passear por vários quintais relembrando tudo o que viveram naquele verão.

OUTONO

Durante essa longa viagem de trem a paisagem muda, o verão começa a ir embora, o vento frio toma conta dos dias. Mas o três amigos não querem deixar para traz a alegria de viver aquele verão, juntos plantam seus sons, suas palavras e sua cores para criar raízes, crescer com galhos fortes que durem a eternidade nesse quintal chamado Brasil.

Porém  percebem que aquela semente não se transformará numa árvore de um dia para o outro. O clima e o tempo aliado com o conflito de crescer e de ver e viver o mundo diferente provocam mudanças na relação do trio de amigos, a individualidade toma conta de cada um, e o outro se torna desinteressante. Aquela amizade pura vivida intensamente no verão não existe mais. O mundo fica de cabeça para baixo, vira uma grande casa da desordem e pede outras urgências.

INVERNO

É o relógio que marca o dia e a noite nesse rigoroso inverno da vida desses três amigos. Tom, Tata e Cecília sem perceber se perderam no mundo, esqueceram seus quintais, nunca mais ouviram o canto do Sabiá, a vista perdeu as cores e acabaram sem palavras.

Mas a esperança daquela semente enfim florescer os fazem perceber o mistério sem fim dessa vida,  e voltam acreditar no equilíbrio da natureza e na pureza da amizade. Vamos voltar! Vamos voltar a ser amigos! Vamos reencontrar o nosso quintal!

PRIMAVERA

O ciclo dessa história se fecha nessa nova primavera, que será percebida somente por aqueles que também habitam o quintal da infância. Uma primavera diferente onde finos clarins soam debaixo da terra anunciando a alegria de VIVER. Essa é a estação eterna do quintal do nosso coração, porque a sua efemeridade deixa tudo mais bonito.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Cecilha?

Quem é essa menina que pulou duma balança bem em cima do meu quintal? E ainda vem me dizer que é dela! Será que no meu quintal cabe mais um? DOIS???
Mas afinal, essa menina é comedora, combinadora, conversadora ou criadora de palavras?
Quer tentar definir até o que é amigo, isso me faz uma confusão na cabeça! Afinal, amigo a gente é ou não é, mas ninguém explica.
É, não sei bem quem ela é, mas sei que gostei desse piquenique de palavras com picolé de cores, consoantes e canções... Sabores que eu não conhecia de perto, ao menos não desse jeito.
Ah, e ela me apresentou a Carolina... A Carolina é filha do namorado da minha amiga laranjeira, o Sol, e tem as mesmas cores dele, depois de se pintar com um colar de coral.
Pensando bem, não preciso saber de tudo. Não faz tanta diferença quem essa tal Cecilia
é, afinal, somos crianças, daqui a pouco isso muda. O que importa é saber que somos amigos, e isso meu amigo, se for de verdade, nunca vai mudar!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Histórias Brincantes de Muitos Amigos é uma história de saudade...

Num mundo onde as pessoas valorizam cada vez menos o afeto, a verdade e a amizade, estas três almas chamadas Tarsila, Tom e Cecilia brincam num quintal que queremos resgatar. Pintam, bordam, cantam e recordam numa infância que se depender de nós, permanece a vida inteira e vai além, deixando pra quem passar por este mundo depois de nós um quintal florido, cheio de música, poesia, tinta e amor!

Esperamos que todos descubram em que cantinho do coração está este quintal e que voltem a viver nele, valorizando a criança, os amigos e a arte.