segunda-feira, 25 de maio de 2015

Primavera em pleno inverno

Olha, depois de anos sofrendo com ataques de rinite, posso falar que nunca fiquei tão ansioso pela chegada da Primavera. A cada dia que passa chegamos mais perto da nossa estreia. E o nervoso toma conta, a gente acha que não vai dar tempo, que tudo vai dar errado, que vamos ficar nesse eterno inverno. Mas é nesses momentos que eu me lembro que o melhor a se fazer, é pensar, e pra mim tudo melhora quando penso na história. 

Saí do último ensaio, cheguei em casa, parei, e comecei a refletir sobre o espetáculo desde sua origem, das primeiras reuniões onde nós colocávamos questionamentos, músicas, poesia e imagens para compor mais um sonho. É engraçado como tudo que foi proposto inicialmente está em cena, como tudo se encaixou de uma maneira quase que mágica. Sempre que terminamos um ensaio, eu fico com uma sessão de euforia, como se estivesse sentindo um arrepio percorrer a minha coluna do cóccix até o atlas, me vem uma sensação de "recompensa". Escutamos muito que somos mal remunerados, em termos monetários, mas, pra mim, não existe valor material que possa exprimir isto que sinto.

 São nesses momentos que todo o cansaço, todo o estresse, se converte em beleza. Beleza essa que vai além do padrão estético tradicional, aquilo que você olha, e fica sem palavras, pois não existem palavras pra definir, uso "beleza" porque não consigo achar outra no meu vocabulário. É a Primavera.

É agora que as flores começam a desabrochar, o canto dos pássaros se harmoniza com o ambiente, e o vento transporta as palavras para o coração. Pois é, o meu quintal, que parecia tão looooonge, fica bem pertinho de mim nessas horas.

E cada vez mais, cresce a minha certeza: Vai ser sempre Primavera dentro do meu quintal.

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