quinta-feira, 4 de junho de 2015

Que mistério é esse?

Quando Tom está no mundo Adulto, sem suas amigas,  percebe que as cores do quintal musical se foram, as notas se foram, a musicalidade da poesia também não se ouve mais e o sabiá se quer aparece para cantar. O Mundo vira de cabeça pra baixo, tudo perde o sentido, a harmonia, as notas destoantes soam sem parar.
Fica a melancolia e a saudade do Brasil. A esperança de habitar novamente um lugar belo, cheio de natureza, ar puro, borboletas voando, e principalmente, o canto dos pássaros.


“De onde vem a canção? As notas musicais?
Como é que pode? Cada uma delas quando se juntam, formam uma sequência de sons que podem emocionar, fazer lembrar de algo bom,
ou algo ruim.
Às vezes prefiro o som do balanço do quintal da minha avó.
Às vezes o som dos pássaros de manhã cedinho…
Mas prefiro aqueles sons que quase nunca escutamos…
Shiiiiiuuuu! Mas não sai gritando por aí, por que esse som é segredo…
Quando as folhas de outono caem das árvores e tocam ao chão,
Quando as formigas afundam os pézinhos na terra
Quando os peixes embaixo d’água nadam sem cessar,
as borboletas batem as asas...
e o vento…
Quando o vento sopra bem forte no peito, e dentro de mim,
Ai…dentro de mim faz um som-zão! Daqueles bem grandes que dá pra chamar de amor.
Mas tem vezes, que a música vai embora...
Pra onde vai a música depois que ela vai abaixando?
Dá vontade de gritar pra ela voltar! Fica! Fica!
Vai aos poucos pra longe...e parece que nao vai voltar. Nunca mais.
E o meu peito fica vazio, como se eu perdesse a voz
Até parece que as cores vão embora junto”
(Texto escrito em Setembro de 2014, antes do início do processo)



Pensamento de Tom:
...Ver a  Asa da borboleta Azul, a mais rara, reverbera dentro de mim uma ansiedade em recordar o meu quintal, a luz do sol entrepassando as folhas das árvores… As brincadeiras de pega-pega, as gargalhadas de rolar na grama…
Eu ainda posso ter tudo isso.

Eu acredito no vôo, a primavera chegará e me levará para voar com os pássaros, para cantar do alto do morro com eles, para elevar-me com todas as flores como um salto lento que desafia a gravidade, meus pés vão tocar o céu e eu toco o infinito com a ponta dos meus dedos.



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